Por uma UBI Crítica e Plural
Texto 7, por Nuno Miguel Cavaca AugustoPoderia começar este texto aludindo ou aconchegando-me a uma miríade de contributos de outros que não eu. Poderia referenciar Marx ou Weber, mas optei por olhar para a realidade sem filtros nem lupas. Este é um texto pessoal, uma opinião minha, um post que poria no meu facebook, se o tivesse.
Por muito que não queiramos, por mais que a burocracia se tente sobrepor ao bom senso, sabemos que a eleição de uma lista para o Conselho Geral tem subjacente a eleição de um reitor. Mas isso não significa que a discussão crítica e necessária sobre a UBI deva repousar numa lógica pessoal, mas sim em projectos e na possibilidade de os implementar/continuar/corrigir. Foram esses projectos que me levaram a integrar esta lista. Conheço-os, discuti-os e critiquei-os nos fóruns próprios, onde me foi dada essa oportunidade.
Discuti e critiquei um critério de avaliação da investigação e da internacionalização dependente quase exclusivamente do número de ISIs publicados. Considero-o desigual na relação com as áreas científicas, aparentemente inócuo na captação de alunos e potencialmente secundarizador do papel da pedagogia e da gestão. Mas não foi por isso que não me satisfiz com os dados apresentados no UBI Scientia deste ano, que apontavam para um crescimento significativo de papers internacionais, cujo efeito na avaliação dos diferentes ciclos de estudos é sobejamente conhecido.
Aquando da discussão dos regulamentos e do plano 2020 critiquei o reduzido papel das CCD’s na gestão da UBI. Continuo a crer que os departamentos constituem um eixo central da participação e da decisão e que o seu papel deve ser revisto e reforçado, o que acredito que aconteça em breve.
Receei que o esforço de internacionalização resultasse num corte com a comunidade local, regional e nacional. A verdade é que, em 41 anos de Covilhã e metade deles de UBI, nunca senti uma empatia tão forte entre a UBI e a comunidade. Neste, como noutros aspectos, concordo com a filosofia do plano 2020 – importa começar de dentro para fora, sem excessos de ambição nem de humildade, um processo necessariamente gradual de afirmação de uma universidade com as características da UBI.
A imagem de uma academia e, consequentemente, a atracção de alunos, depende de tudo um pouco – ambiente académico, investigação, pedagogia, relação com a comunidade, facilitação dos processos burocráticos, adaptação às novas tecnologias… Os resultados da avaliação da EUA, que muitos de nós conhecemos na semana passada, deixam claro que temos conjugado racionalmente estas e outras dimensões e são reveladores do crescimento e da capacidade de adaptação da UBI aos novos desafios nacionais e internacionais. Quanto à captação de alunos, os dados são conhecidos.
A esperança que eu senti ao ingressar num curso superior da UBI em 1991 é, para os jovens de hoje, um salto no abismo, um risco assumido. A precária condição socioeconómica da classe média, somada ao envelhecimento do Interior e à descrença nos benefícios de uma formação superior representam o mais penalizador dos cenários para as famílias, para os jovens e para a UBI. Ainda assim, a procura da UBI cresceu este ano. Mais do que isso, soubemos adaptar-nos aos desafios que a austeridade coloca a uma parte significativa das famílias, cujo desejo legítimo de ter/manter um(a) filho(a) no ensino superior se torna cada vez mais uma miragem. São bons sinais em maus tempos.
Ter uma universidade da dimensão da UBI pressupõe, felizmente, a presença de uma diversidade de áreas científicas, mas também de diferentes visões da academia e de diferentes perfis funcionais, condição fundamental para sua manutenção. É desta heterogeneidade que vivem as universidades, como as sociedades, caso contrário tornar-se-ão disfuncionais e desadaptadas da realidade. É dela que se alimenta a discussão crítica, se entendermos a crítica como a capacidade que combina a oposição ao que nos afronta com a satisfação com o que nos apraz.
Nuno Miguel Cavaca Augusto
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Porque estou na lista “Juntos pela UBI”
Texto 8, por José Martinez de OliveiraVotar é expressar individualmente uma preferência. Do exercício deste direito, que é também dever, resulta a afirmação de apoio a um projecto e implicitamente a um candidato que assume o compromisso de o executar, e que satisfará os interesses pessoais e sociais do eleitor. Resulta, assim por definição que ninguém vota sem instruir interesses, entendidos como anseios, desejos ou vontades e não mesquinhos benefícios egocêntricos, sendo aqueles função vectorial do individual e do colectivo.
Nesta perspectiva, em termos de estruturação duma lista, identificam-se inicialmente os objectivos a concretizar, depois um plano para a sua execução, e finalmente selecciona-se um executor válido e eficaz, que representa o candidato natural da lista proponente. Para os eleitores não envolvidos nestas organizações fica a opção da escolha entre os candidatos existentes.
Assim, nesta fase do processo de eleições ao Conselho Geral gostaria de partilhar com os Colegas as minhas perspectivas.
São directrizes para os próximos anos, para a UBI como para qualquer outra Universidade, melhorar a qualidade pedagógica e de investigação das suas unidades e departamentos ou mantê-la, se for já de nível elevado. Mas isso não será suficiente. As instituições precisam cada vez mais de um factor essencial ao seu desenvolvimento: a estabilidade. Encare-se esta não só na vertente do conceito base de trabalho em equipe, mas também na do que é necessário garantir para a boa continuidade do seu exercício.
Progressivamente deserdadas do paternalismo da tutela, as Universidades apenas sobreviverão se se tornarem autónomas, o que lhe será possível através duma maior interactividade com o meio, ao qual prestam serviços. Estes não necessitam de ser sistematicamente onerados, mas no presente por eles pouco ou nada recebem. Assim, para assegurar o seu futuro, como entidade e como projecto, terá a UBI de estabelecer parcerias com os mundos empresarial e de responsabilidade sociopolítica. Falo de parceria e não de acordos pontuais ou sinergias. Falo de estratégia conjunta, viva, integrada, necessariamente benéfica para todas as partes e não assimetricamente recompensada.
Por isso, ao adoptar como guião o Plano de Desenvolvimento Estratégico para a UBI 2012-2020, João Queiroz assumiu vários desígnios, de entre os quais saliento por ser certamente o menos convencional e o mais arrojado, o da efectiva "Transferência do conhecimento em prol do desenvolvimento económico, tecnológico e social, contribuindo para a melhoria da competitividade das empresas e da qualidade de vida dos cidadãos”.
Nos tempos actuais no cruzamento dos MEUS interesses, que são também os da UBI, o maior desafio a vencer será o da promoção, aglutinação e concretização de trabalhos de integração na malha produtiva. Os meios de comunicação e de transporte têm transformado a visão dimensional do mundo, implementando intercâmbios e permutas, aproximando o que era distante, mobilizando meios e transformando as Universidades de instituições limitadas à transmissão de conhecimento e vocacionadas para a pesquisa básica, totalmente dependentes do Estado, em organizações de perfil TAMBÉM empresarial, motores dos seus crescimento e financiamento, mas também promotoras do desenvolvimento socioprofissional. Terá de ser pois entidade “aberta e plenamente integrada na comunidade, assumindo-se como um actor relevante no desenvolvimento económico, social e cultural da região envolvente”.
Defini para mim, como estratégia, empenhar-me em accionar formas para a consecução destes desideratos, escolhendo personalidades que venham a permitir satisfazer esta ambição. Necessitamos de programas e líderes capazes de diálogo, de identificar, assumir e corrigir erros cometidos, de interiorizar e processar opiniões. É por isso que nas águas conturbadas dos tempos que vivemos, pretendo ter João Queiroz ao leme da embarcação universitária. Terá de saber navegar em águas que sejam via de aproximação e não de afastamento, e de se orientar com precisão e sabedoria para chegar ao porto almejado.
Para as mesmas águas esforçar-me-ei por trazer parceiros diversificados e capazes, que saibam procurar apoios, estabelecer acordos, e tenham como ambição ver a sua Casa, a sua Terra, a sua Região e o seu País, serem conhecidos, reconhecidos e mesmo admirados.
Por isso e para isso estou com ele e com os que o apoiam.
José Martinez de Oliveira
Faculdade de Ciências da Saúde
No caminho certo... o exemplo das Ciências do Desporto
Texto 9, por Aldo M. CostaO panorama actual do ensino superior, decorrente do novo enquadramento legislativo, pressupõe uma aposta inequívoca na qualidade e na internacionalização, assente em contornos estratégicos bem definidos. Esta é uma realidade incontestável, várias vezes proferida pelo nosso Reitor nas mais diversas ocasiões. Ora, no actual contexto socioeconómico, qualquer estratégia assume-se não apenas como um requisito empreendedor para o desenvolvimento global da instituição mas de clara competitividade por recursos financeiros, por mais e melhores alunos e por produção científica de impacto. Com efeito, o plano estratégico 2020 é a resposta mais recente da UBI a essas novas exigências.
Não obstante a enorme importância em reflectir sobre o futuro da instituição gostaria de salientar o caminho já percorrido nos últimos anos que, incontestavelmente, nos garantem ter já assumido uma direcção correcta. Conheço em particular o percurso recente do departamento de ciências do desporto que, no microcosmos desta instituição, reflecte uma aproximação estratégica prévia bem sucedida aos 4 eixos orientadores do novo plano. Por isso, num acto pessoal retrospectivo, dedico este texto a todos os colegas de departamento que contribuíram para este percurso mas sobretudo ao Professor João Queiroz e à sua Equipa que desde o primeiro momento nos encorajaram. Por admirar o talento nesta liderança, anseio pela estabilidade da sua estratégia – por isso estou com a lista “Juntos, pela UBI”.
Assim, fomos capazes de aprofundar Bolonha, o que implicou a necessidade de harmonizar a estrutura curricular (em especial a do 1º ciclo) em termos nacionais e internacionais (fundamentalmente no âmbito da mobilidade no espaço europeu), adequando todas as unidades curriculares às competências exigidas no mercado de trabalho actual. Isto permitiu-nos assegurar legalmente o acesso à carreira de técnico de desporto e garantir a oportunidade de formação em contexto de trabalho (estágio tutorado). Um olhar de fora para dentro, retirou-nos da obscuridade e atribuiu-nos reconhecimento. Por isso anualmente preenchemos as vagas disponíveis com mais alunos fora da nossa área de conforto geográfico, com mais alunos inscritos em primeira opção e com uma nota de entrada situada no primeiro quartil da oferta nacional.
Todavia, a nossa busca pelo prestígio e qualidade no ensino não se construiu apenas através de adequações curriculares, ajuste de competências ou mesmo por métodos de ensino-aprendizagem sofisticados. A dinâmica que temos vindo a estabelecer entre o ensino e a investigação é igualmente basilar - com mais e melhor investigação teremos mais e melhores alunos, e seremos necessariamente melhores professores. Essa aposta paralela na investigação, em linha com a nossa faculdade, catapultou o nosso pequeno departamento para cobiçados níveis de produção científica de qualidade per capita. Aumentar a cooperação internacional e inter-disciplinar é, agora, a nossa principal aposta.
A excelência da investigação e o reconhecimento da nossa qualidade de ensino, trouxe-nos também responsabilidade social e comunitária. Por isso, actuamos agora para que o nosso departamento se constitua como um elemento claramente estruturante da dinâmica desportiva académica e regional. Nessa perspectiva, são para já mais de duas dezenas as instituições (não apenas locais) que connosco cooperam para uma melhor consecução das politicas de formação e investigação em áreas mutuamente reconhecidas como interessantes. Porque uma ponte tem sempre duas margens, suportamos adicionalmente vários projectos de investigação com claro impacto social e tecnológico - os projectos “diabetes em movimento” e “pró-lúdico”, no âmbito da obesidade pediátrica, são dois dos exemplos mais recentes.
Acredito que o prestígio de uma instituição garante-se pela qualidade, e a qualidade consegue-se pela gestão eficiente dos recursos: os materiais não são muitos nem os humanos excedentes, mas brio e motivação não nos falta. Pelo orgulho nesta instituição, estou na lista “Juntos, pela UBI”,
Aldo M. Costa
Faculdade Ciências Sociais e Humanas,
Director de Curso do 1º ciclo em Ciências do Desporto.
Por convicção, juntos, pela UBI.
Texto 10, por Abílio Manuel Pereira da SilvaTenho tido o privilégio de servir a UBI e em particular o Departamento de Engenharia Electromecânica como presidente desde 15 de setembro de 2008. Foi desde o primeiro dia um desafio, mas com a colaboração de todos (alunos, antigos alunos, professores e técnicos) tem sido possível continuar dia após dia.
Escrevo este texto para partilhar convicções e experiências. Começo por dizer que estou habituado a que avaliem o meu trabalho e que recebo as críticas como uma oportunidade de melhoria. Conheço minimamente a UBI, fiz parte da equipa que elaborou o relatório de avaliação da EUA em 2008. Estive diretamente envolvido nas adequações e criação de cursos de licenciatura, mestrado e doutoramento. No último ano coordenei três avaliações externas e nunca tive receio de mostrar o trabalho que fazemos: - O muito bom e o menos bom. Essa é a Universidade em que me revejo! Uma UBI que não utiliza a linguagem da dificuldade, dos “coitadinhos”. Quero uma Universidade que aposte numa liderança que valoriza quem trabalha: -Prémios de Mérito Científico; Prémios de Mérito Pedagógico; Prémios e bolsas para os melhores alunos. Um RAD que foi aplicado atempadamente e que premeia o trabalho de qualidade; - A aposta na valorização científica como o caminho para o reconhecimento da competência e para a internacionalização.
O RAD pode ser melhorado? Claro que sim! Após o ciclo de avaliação (2011-2013) em que nos encontramos, todos nós juntos, pela UBI, vamos ter a mesma oportunidade que tivemos nos últimos quatro anos: discutir e contribuir para a melhoria de todos os regulamentos e mesmo do plano de desenvolvimento estratégico. Fomos ouvidos, podemos livremente contribuir na definição do caminho para o futuro da UBI.
A Universidade da Beira Interior sempre contou com boas lideranças, que vestiram a camisola da UBI e que nos proporcionaram boas condições de trabalho. Mas, desde há quatro anos que se sente outro ritmo. Quem ouve falar da nossa Universidade “fora da UBI” sente um prestígio crescente:
- Porque se apostou na organização dos procedimentos que estão no nosso dia-a-dia e nos ajudam a ultrapassar a burocracia (processos académicos; balcão virtual; SIGUBI; GDUBI; SIGTEC; área reservada; ...)
- Porque se criaram regulamentos que clarificam decisões (propinas afetas aos orientadores; notas informativas relativas aos processos académicos, ...)
- Porque houve um reconhecimento do caminho percorrido pela Universidade (uma Universidade que aceita as especificidades dos Departamentos e das Faculdades, que compreende a inovação como a ferramenta do sucesso e que se empenhou na obtenção de marcas com descriminação positiva (ECTS Label, marca EUR-ACE, Mestrados Integrados, avaliação EUA, ...).
- Porque se confia em João Queiroz e na sua equipa, pois estão empenhados em dar o seu melhor na procura de soluções. Uma liderança que nos ouve, que conhece o potencial da UBI e que nos representa com prestígio. Somos por mérito próprio, o motor da região e temos o respeito dos pares.
Estou convicto que juntos, pela UBI, vamos continuar a valorizar o nosso trabalho porque uma liderança deve saber ouvir os órgãos da instituição, ser solidária, e, ao mesmo tempo exigente no que diz respeito à excelência e qualidade do nosso trabalho.
Estou convicto que juntos, pela UBI, queremos um conselho geral e uma reitoria que represente as nossas diferenças e se preocupe em criar condições para quem faz Ciência, ensine e se ponha ao serviço da comunidade, com otimismo e sem lugar para o maldizer.
Abílio Silva
Faculdade de Engenharia,
Presidente do Departamento de Engenharia Electromecânica.
Não perguntes o que a UBI pode fazer por ti...
Texto 11, por Pedro Miguel Ramos Marques da SilvaNeste espaço de liberdade e pluralismo que é a Lista A coincidimos no reconhecimento de que existe um plano estratégico a cumprir. A sua aprovação por unanimidade pelo atual Conselho Geral onde se concentram diferentes personalidades e tendências revela o consenso que foi atingido. Revemo-nos nos seus 4 eixos, na necessidade de reforço da qualidade do ensino e da investigação, na necessidade de ganhar prestígio internacional, na necessidade de manter ou reforçar o protagonismo da UBI na sociedade, ao mesmo tempo que se deve, internamente, continuar o esforço de melhoria da qualidade dos serviços.
Coincidimos também no reconhecimento de que a pessoa que está em melhores condições para conduzir os destinos da Universidade nos próximos 4 anos é o Prof. João Queiroz. Coincidimos em não querer que se desbarate o que de bom se alcançou nos últimos anos:
- Uma Universidade competitiva na captação de alunos, apesar do contexto desfavorável;
- Uma Universidade em que a necessidade de investigação passou a fazer parte da sua cultura organizacional com reflexos no crescimento da produção científica;
- Uma Universidade dotada de equilíbrio financeiro, absolutamente vital em época de crise;
- Uma Universidade com uma “governação” radicalmente mais transparente e com faculdades com autonomia reforçada;
- Uma Universidade que continua de rosto humano, e que procura hoje atenuar os resultados dessa catástrofe que afeta quem quer continuar a estudar mas não o pode fazer por falta de recursos.
Será injusto esquecer que durante este período a Universidade foi obrigada a construir um edifício regulamentar complexo. É óbvio que a solução ótima não se encontra à primeira. Foi necessário encontrar um “espaço” para as Faculdades e parece-me ser quase consensual que a sua hegemonia sobre os Departamentos acabou por ser excessiva. A prática confirmou o excesso de uma solução, à partida plausível, até por ser corrente em outras Universidades.
O RAD é parte desse edifício regulamentar. E, embora eu não preveja unanimidade sobre os aspetos a alterar, parece ser consensual que após um ciclo de avaliação ele próprio deverá ser aperfeiçoado. Sem ilusões, porém, porque não existe nenhum sistema de avaliação de desempenho perfeito e existirão sempre aqueles que o rejeitam tout court. Sem hipocrisia porque da sua primeira aplicação (aos que se sujeitaram a ele) resultaram avaliações maioritariamente altas e muito altas. Sem cair na tentação de atomizar a Universidade ou de o transformar num instrumento inócuo que nos classificaria a todos de excelentes (... a “função pública” no seu pior).
Quero que tudo melhore mas temos que reconhecer que a trajetória que se percorreu, a respeitabilidade que se adquiriu, o progresso ao nível da investigação, os bons resultados alcançados nas avaliações externas (como a da EUA), colocam a Universidade em melhor plano para enfrentar a ameaça (ou a oportunidade, claro) que resulta de uma eventual reorganização da rede de ensino superior.
Quero mais, gostava de ver uma Universidade com maior dinâmica cultural, talvez com mais museus (… é notável o trabalho que o Museu dos Lanifícios faz com recursos limitados), com mais núcleos e atividades culturais. Gostava de ver os serviços terem melhor capacidade de resposta. Gostava que a UBI tivesse na sua oferta mestrados Erasmus Mundus. Etc., etc...
Mas também consigo ver que nunca se tinha feito a aposta na promoção do empreendedorismo sendo ela agora uma prática enraizada na instituição. Ou que a oferta e dinâmica desportiva nunca foi tão elevada. Ou que se procura agora, finalmente, premiar o mérito. Etc., etc… Tudo o que de positivo se alcançou não é, evidentemente, mérito de uma só pessoa. É mérito de quem se esforça na investigação, no ensino, de quem dinamiza atividades dirigidas para a comunidade, de quem facilita o trabalho dos outros.
Neste ambiente de trabalho incomparável que é a academia todos somos poucos pelo que todos temos que inverter a questão (como Kennedy) e questionar o que é que podemos nós fazer pela UBI.
Pedro Silva
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e
Presidente do Departamento de Gestão e Economia.
Juntos pela UBI: Contem Comigo
Texto 12, por Manuel Joaquim LoureiroA UBI é detentora hoje de um património material e imaterial de elevado significado para a sua região, e para o país, sendo já clara a sua expressão internacional. Um reconhecimento é devido a todos quantos nas últimas décadas, com o seu esforço, dedicação e perseverança, contribuíram para superar os limites impostos pela interioridade e pelo garrote de políticas restritivas cegas à necessidade de equilibrar as assimetrias interior/litoral, conduzindo a UBI à maturidade organizacional, traduzida sobretudo na sua capacidade de autodeterminação.
Esta maturidade é visível claramente no processo eleitoral em curso, em que se afirmam diferentes sensibilidades a querer influenciar o seu futuro. É no confronto destas sensibilidades que todos os membros da comunidade ubiana são chamados a pronunciar-se quanto ao contributivo a esperar das diferentes opções.
Com o mandato do Conselho Geral que agora termina, e com o cumprimento dos principais desígnios do plano de ação do Reitor então eleito, a UBI num contexto marcado pela adversidade política não parou de crescer e se afirmar. Fruto de uma liderança eficaz, capaz de suscitar a participação e a congregação dos esforços de todos, pôde cumprir com sucesso e em tempo útil as tarefas adaptativas impostas por um novo RJIES, viu aumentar a procura de alunos em tempos de contração demográfica e forte competitividade com as universidades do litoral, manteve o equilíbrio financeiro em tempos de desnorte de decisores políticos, conseguiu aumentar o financiamento em investigação em tempos de contração das dotações para tal, melhorou a afirmação e reconhecimento internacional em diferentes domínios, foi capaz ainda de fazer um exercício de projeção no futuro, imprescindível à sobrevivência de indivíduos e organizações, plasmado no Plano 2020.
Em desenvolvimento organizacional não há tarefas que se fecham, mas ciclos que se renovam. Estamos a meio de um ciclo que não pode ser interrompido, sob pena de perturbar a consecução de metas maiores e pôr a perder o sacrifício despendido nas já conseguidas.
Porque o rumo está traçado, porque as metas atingidas são para disseminar e prolongar, revejo-me nas linhas programáticas da lista LISTA A.
Manuel Joaquim Loureiro
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas,
Departamento de Psicologia e Educação.
Vamos continuar o caminho, juntos pela UBI!
Texto 13, por Cândida Ascensão Teixeira TomazAntes das próximas eleição para o conselho geral da UBI, considero essencial uma análise séria e construtiva do trabalho realizado pelo atual Reitor e equipa reitoral, em colaboração com todos os professores, estudantes e funcionários que quiseram participar no crescimento e consolidação desta universidade, no contexto nacional e também internacional.
Durante o mandato do Prof. João Queiroz testemunhei o seu esforço para dar maior visibilidade à UBI e implementar mudanças estruturais imprescindíveis ao desenvolvimento de uma Universidade moderna e competitiva. Foi patente não só a coragem na tomada de decisões determinantes para o futuro da UBI, mas também (ao contrário do que alguns dizem) a abertura ao diálogo e à participação de todos no debate de ideias sobre o rumo da universidade. Um bom exemplo é o plano de Desenvolvimento Estratégico 2012-2020 que define as linhas prioritárias a seguir pela UBI nos próximos anos, nomeadamente a sua missão no ensino e na investigação, na internacionalização, na relação com a comunidade e na promoção da eficiência e da qualidade. Este documento foi o resultado da contribuição de diferentes membros da academia e da sociedade, numa partilha de experiências e debate de ideias, e espelha claramente as metas delineadas e a linha de ação futura do Reitor.
Nestes últimos anos foi de realçar também a reorganização dos serviços académicos, apoiada nas novas tecnologias, com a aplicação de regras definidas e transparentes, que facilitam em muito todo trabalho realizado pelos docentes, nomeadamente os diretores de curso, cujo trabalho burocrático foi bastante aliviado. Está tudo perfeito? Não, não está, mas o passo dado foi determinante para a otimização e sistematização dos procedimentos administrativos, havendo agora normas claras e um controlo maior que diminui os erros e aumenta a qualidade do serviço prestado.
Outro aspeto importante foi o incentivo à produtividade científica nas diferentes áreas, sem desvalorizar a componente pedagógica essencial num docente universitário. Prova disso, foi criação do prémio de mérito pedagógico, único no panorama universitário português e que contraria todas as críticas dirigidas ao Reitor sobre a subvalorização do ensino em relação à componente da investigação. Mais, o incremento da qualidade científica e pedagógica repercutiu-se na maior procura dos cursos da UBI, mesmo na atual conjuntura socioeconómica nacional. De facto, ao contrário do que acontecia há alguns anos atrás, os nossos melhores estudantes (a maioria deslocados da sua residência) têm apostado na formação pós-graduada na UBI, em detrimento de outras universidades ou centros de investigação. O aprofundamento do processo de Bolonha e a avaliação e acreditação dos cursos ministrados na UBI foi também determinante para o reconhecimento da qualidade do ensino da nossa instituição.
Acredito assim que nesta altura é imprescindível uma liderança comprometida com o diálogo e pluralismo, mas capaz de mobilizar toda a academia ubiana em torno de um projeto com objetivos REALISTAS, para continuar o caminho do crescimento e da consolidação da UBI no panorama nacional e internacional. Por isso, integro a lista A “Juntos, pela UBI”.
Cândida Ascensão Teixeira Tomaz
Faculdade de Ciências,
Departamento de Química