Passadas estas semanas de reflexão e de debate sobre o presente e o futuro da UBI, estamos confrontados com três possibilidades – o regresso a uma estratégia que já conhecemos no passado, a continuidade de uma estratégia já delimitada e uma redefinição dos destinos da UBI. Como seria espectável, uma parte importante das críticas tem recaído na avaliação do atual mandato, suscitando um conjunto de dúvidas e de questões, que nos honra esclarecer.
A primeira questão prende-se com o RAD, um importante instrumento de auscultação das dinâmicas internas, que permite a redefinição de estratégias, mas também obrigatório por lei. Contrariamente ao que tem sido veiculado, o RAD da UBI não se distancia significativamente dos RAD’s de outras universidades portuguesas. Quem pretende o rigor e a valorização do mérito deve ser sujeito a uma avaliação que responda às exigências nacionais e internacionais, das quais depende, em última instância, a continuidade dos cursos. Sem o RAD muitos deles não teriam obtido o EURACE, nem teriam sido acreditados positivamente pela Agência A3Es.
A discussão do RAD deve contemplar as aspirações de todos, sejam elas científicas, administrativas ou pedagógicas, procurando combiná-las com aquilo que são as exigências com que as universidades se confrontam na atualidade. Por isso consideramos que o RAD é melhorável e adaptável. A experiência deste último ciclo avaliativo deve ser utilizado como uma forma de perceber o que correu bem e o que carece de ajustamentos. A Lista A não olha para o RAD como um documento encerrado.
Uma outra pergunta frequente prende-se com a situação financeira da UBI, uma questão pertinente ante o atual contexto económico do país e a sucessão de notícias sobre a insustentabilidade financeira das universidades portuguesas. Até à crise de 2008 viveram-se tempos de alguma folga financeira, o que conduziu à ideia de que a atual situação financeira da UBI se deveria ao capital acumulado pelos mandatos anteriores. Mas não é isso que os dados nos dizem.Tal como refere o Relatório e Contas UBI 2011 (pág. 65): “Da análise à Demonstração de Resultados, verificou-se uma alteração substancial ao nível do resultado líquido do exercício no período compreendido entre 2009 e 2011. É de realçar que o valor negativo de 1,336 milhões de euros de resultados líquidos, registado em 2008, evoluiu para um valor positivo de 3,091 milhões de euros de resultados líquidos em 2011”. Os factos negam os boatos.
Este esforço financeiro permitiu um maior apoio às atividades de ensino e de investigação. Permitiu-se, por iniciativa do atual Reitor, que metade do valor da propina de inscrição no doutoramento fosse usado para financiar a respetiva investigação. Em determinados casos o valor cobrado é metade do valor praticado. Do mesmo modo, e como resultado do protocolo entre a UBI e o Santander, foi disponibilizada uma verba anual de vinte mil euros a cada faculdade, para incentivar as atividades científicas.
O mesmo aconteceu com o financiamento do ensino, como resultado do esforço de adaptação ao processo de Bolonha e ao reajustamento do projeto educativo a novas metodologias de ensino/aprendizagem. E se dúvidas restam relativamente a esta questão, basta consultar os resultados da avaliação da A3Es ou EUA, intencionalmente excluídos das críticas.
Uma das consequências destes processos de ajustamento foi o aumento da divulgação da oferta formativa da UBI, com resultados na atração de alunos. A presença da UBI em certames promocionais, como a FUTURALIA (FIL) ou a QUALIFICA (Exponor) e em inúmeras escolas de norte a sul do país constituem uma parte da explicação. O crescimento da procura da UBI registado este ano é revelador do sucesso desta relação com a comunidade, uma tarefa dificultada pela crise económica, a introdução de portagens, etc. Também neste caso a crítica e as dúvidas sobre a sustentabilidade demográfica da UBI não correspondem aos factos.
A divulgação de informação, quer interna, quer externamente democratizou o acesso à mesma. A área reservada permitiu a persecução de um importante objetivo do Plano de Ação do Reitor, apostado numa maior transparência e facilidade de acesso a documentos oficiais, agora acessíveis a toda a comunidade. Além disso, melhorou-se o acesso aos alunos (que se candidatam e matriculam online, por exemplo) e aos públicos externos. Pela primeira vez, todos os conteúdos se encontram em língua portuguesa, inglesa e, em breve, em espanhol. Como resultado do esforço de todos os docentes, qualquer aluno(a) nacional ou estrangeiro(a) tem agora acesso online à informação sobre todas as unidades curriculares – objetivos, programas ou critérios de avaliação. Não se trata de “burocracia”, mas de facilitação, mesmo que inicialmente dê trabalho.
Por isso não compreendemos uma das críticas reiteradas por alguns subscritores de outras listas – o centralismo. Centralista é aquele que guarda a informação para si e para os seus, não o que a divulga. A disponibilização de toda a documentação institucional (na área reservada), os fóruns de discussão do RAD em todas as faculdades, a discussão pública do plano 2020, a apresentação pública da investigação no UbiScientiae dos resultados da avaliação da EUA são apenas alguns dos exemplos. Mas mais importante é que isto só foi possível com a colaboração de todos, numa fase particularmente complicada. Foi resultado do trabalho da equipa reitoral, dos presidentes de faculdade, dos diretores de curso, dos presidentes de departamento, dos docentes e investigadores, dos secretariados, dos funcionários, dos alunos... Significou uma enorme carga burocrática, mas também um grande envolvimento de todos e excelentes resultados, que nos devem orgulhar.
Uma outra questão prende-se com o papel das faculdades e dos departamentos. Achamos que a participação dos departamentos deve ser reforçada, mantendo o perfil atual das faculdades, mas sobretudo o diálogo entre eles, sempre com um forte suporte do Reitor e da respetiva equipa.
Quanto à investigação, estamos conscientes de que muito se fez nos últimos anos. As novas políticas de promoção e incentivo à investigação, inovação e empreendedorismo conduziram a um aumento significativo da produção científica da UBI. Foram criados novos pólos de unidades de investigação com classificação de Muito Bom e de Excelente, assim como laboratórios associados. Houve incentivos financeiros no âmbito do protocolo com o Santander para a investigação em todas as Faculdades, como anteriormente referido. O financiamento internacional captado para projetos de investigação quadruplicou. Conseguiram-se fundos estruturais do QREN e um novo financiamento de 5 milhões de euros, usados na criação do UBIMEDICAL. Foram criadas seis spin-offs/start-ups na UBI, que fornecem apoio a alunos, docentes, investigadores e funcionários, para que estes concretizem e dinamizem as suas ideias inovadoras de negócio.
A imagem e o prestigio da UBI tem vindo a melhorar de uma forma crescente e sustentada. O que foi conseguido nestes anos só pode ser motivo de satisfação e é revelador do envolvimento e da motivação de todos. Este envolvimento e esta motivação foram fulcrais para a concretização dos objetivos a que a UBI se propôs e para a melhoria da qualidade do ensino, da investigação e da gestão. Deve-se a todos os que se empenharam neste processo, o que contraria o “descontentamento generalizado”, frequentemente utilizado como argumento.
Lista A