Com base em conversas, discussões e outras trocas de ideias sobre o desenvolvimento e o futuro da universidade, um grupo de professores decidiu organizar-se no sentido de apresentar uma lista candidata ao Conselho Geral. Cada elemento desta lista tem a sua própria visão específica sobre a missão da universidade e do modo como pode essa missão vir a ser concretizada – a lista representa assim um conjunto rico e variado de ideias sobre a universidade e o seu papel.
Esta lista para o Conselho Geral tem um propósito de actuação mas julga não ser apropriado apresentar à partida um “projecto” formal associado à candidatura. Em rigor, os projectos deverão se propostos pelo Reitor, ou candidatos a Reitor, e posteriormente analisados e escrutinados pelo Conselho Geral. O que há, como elemento de coesão a unir os vários elementos da lista, o tema unificador, digamos, é o entendimento de que a universidade se deve guiar nos próximos anos pelo “Plano de Desenvolvimento Estratégico para a Universidade da Beira Interior 2012-2020”.
Plano este recentemente aprovado pelo Conselho Geral que agora cessa funções, depois de discutido pela comunidade académica, representando este sim um projecto-guia para o desenvolvimento da universidade nos próximos 8 anos, que especifica de forma clara mas suficientemente abrangente os 4 eixos da estratégia futura da universidade: Ciência e Educação; Internacionalização; Relacionamento com a Sociedade; Eficiência e Qualidade.
Reflectindo a diversidade e especificidade de visões antes mencionadas, há elementos desta lista que vêem a universidade mais como uma casa da ciência, ou da educação (ou das duas, em uníssono); há elementos, por outro lado, que pensam dever ser a aposta essencial feita na internacionalização (captar alunos fora de Portugal para os vários ciclos de estudo); ou ainda, essencialmente na promoção da qualidade e da avaliação, com melhorias guiadas por esses parâmetros; outros há que pensam estar a universidade intrinsecamente relacionada com o tecido social circundante directo, e que deve ser esse o objecto essencial de actuação dos saberes e experiências universitárias.
O Plano Estratégico 2012-2020 possui a amplitude necessária para abarcar todas estas visões e aspirações. Os pormenores, as formas específicas de actuação dentro de cada eixo, deverão ser o tema principal para aperfeiçoamentos e controlo por parte do futuro Conselho Geral. O formato essencial, no entanto, está estabelecido e define a estratégia a seguir. Esse é o nosso ponto de vista. Esta lista tenderá a avalizar o candidato a reitor que se comprometa com o documento, tal como aprovado, e a ajuizar o percurso futuro da UBI por comparação e contraste com as linhas estratégicas e metas aí esplanadas.
O lema “EstratégiaUBI2020” pretende reflectir num conceito simples e claro a nossa linha de orientação.
“Pelo Plano 2020, para que o tornem seu”, adaptação de J.A. Queiroz in Introdução ao Plano 2020.
Paulo Jorge Pimentel de Oliveira
Departamento de Engenharia Electromecânica da Universidade da Beira Interior.
Poucos são os que conhecem a verdadeira imagem que de si projetam nos demais, mesmo que aqueles e estes se confessem amigos e vice-versa. Os que detêm algum poder, pouco ou muito, em geral, ainda têm ainda maior dificuldade em se rever, porquanto, diria Séneca, frequentemente são vítimas da adulação ou da lisonja e da ambição dos que o rodeiam. Estes geralmente apenas mostram àqueles o que eles querem ver. Não vou lançar aqui uma colheita de frases que atualmente se pode fazer no Google atribuídas àquele sábio estoico, natural de Córdova. O nosso Fr. Heitor Pinto cita-o para comentar o facto de os Príncipes raramente terem quem lhes diga a Verdade e isso me basta. A hipocrisia dos mais próximos e a natural distância com os outros, pelo afastamento que o exercício do poder exige, aumentam as dificuldades do reconhecimento para um agir mais consentâneo aos próprios ideais e o bem daqueles cujo bom exercício do seu cargo implica. Embora uma certa tradição clássica exalte a virtude da impassibilidade e as vantagens do afastamento das lides políticas, eu tomo o partido dos que com Cícero afirmam as virtudes da cidadania e dão o melhor de si pelo bem de todos, com lealdade, nos projetos em que se empenham. Vou dizer, pois, o que de pessoal me move na lista JUNTOS, pela UBI, que apoia o atual Reitor sem hesitações e sem a tentação de cair na hipocrisia ou lisonja que lastimo. Direi também como pretendo conduzir-me sendo eleito para o Conselho Geral e os contornos das minhas propostas ou seja o que penso para a UBI.
Antecipadamente, por força do pressuposto no parágrafo anterior, confirmo o esforço quotidiano por me conhecer para além do que me dizem que sou como investigador, autor, professor e responsável, há muito do Departamento de Letras e ultimamente do Museu de Lanifícios, Centro de Documentação e Arquivo Histórico da UBI. Quero dividir os sucessos com os meus colegas e todos os funcionários com quem tenho lidado, parece-me sempre bem, e assumir as responsabilidades que me cabem nos insucessos. Até hoje, tenho defendido a minha consciência com a força do muito trabalho no desempenho de todas as obrigações. Sobre o talento, se houver algum em mim, os outros que o digam.
Candidato-me ao Conselho Geral da UBI na lista que claramente apoia o João Queiroz a renovar o seu mandato de Reitor porque ele significa o presente sólido e a segurança do futuro a haver. Quando o revejo, sinto particularmente um homem de talento, mas humilde, a melhor das qualidades para o exercício de qualquer cargo, sem mais ambição do que servir, sem nele notar a perigosa ambição de sozinho querer ser capaz de salvar o mundo. Sei que ele sabe conhecer-se a si mesmo para além do que lhe dizem. Nele, noto a solidariedade dos homens que sabem dar as mãos aos que estão consigo e que puxam para diante os que têm dificuldade em acompanhá-lo. Sem a adulação de que me possam acusar, porque os processos foram públicos, destaco a capacidade de diálogo que sempre demonstrou desde o tempo em que assumiu a Presidência do Conselho Científico da UBI e confirmou, como Reitor, na regulamentação dos principais instrumentos legais que atualmente a sustentam, a preocupação em não ferir competências, em premiar o mérito e a sua adesão aos bons procedimentos da avaliação.
Porque quero continuar a descobrir e a cultivar na minha vida quanto possível os valores do humanismo que quotidianamente indago nos maiores do passado português e planetário, porque essencialmente deles tenho sido professor no último quarto de século que levo na UBI, porque, desde que exerço a função docente e já lá vão quase quarenta anos, penso que mais do que ensinado matérias, tenho sobretudo formado Homens, faço-o também com o bom exemplo dos que tenho o privilégio de contatar. Dos reitores que conheci na vida universitária, o pensador e sábio filósofo José Enes, o literato Machado Pires, humanista de cultura próxima ao talentoso Vitorino Nemésio, de grata memória, o engenheiro e decidido militar Passos Morgado, o empenhado e particular amigo Santos Silva, o cientista João Queiroz rivaliza com todos nas melhores qualidades, por isso eu o apoio. Repito, dá-me segurança, porque ele garante uma Universidade aberta e solidária, mas frontal, sem cantinhos e grupinhos de interesses pequeninos, sem o endeusamento de alguns e a diabolização e amesquinhamento de muitos. Obviamente, devo particularmente dizer aqui o que me move como candidato ao Conselho Geral cuja competência maior é a eleição do Reitor, mas em termos do que também penso de motu proprio sobre a Universidade, aderindo no essencial ao referenciado no programa da lista Juntos pela UBI:
- Uma avaliação, o mais transparente possível dos cursos, seu funcionamento e resultados;
- Uma avaliação, o mais objetiva, mas larga e referenciada, possível das atividades de investigação, publicação e docência;
- Uma transparente execução dos orçamentos, com o empenho de todas as Unidades Orgânicas;
- Uma retoma da importância dos Departamentos, nos contactos permanentes com os alunos, na eliminação dos conflitos potenciais entre docentes, na formação de equipas para elaboração de projetos pedagógicos e científicos;
- Em síntese, a melhor realização da parte do "Plano de Desenvolvimento Estratégico para a Universidade da Beira Interior (2012-2020)” prevista para o próximo quadriénio nos seus quatro eixos, investigação e docência, internacionalização, protagonismo e eficiência na qualidade, garantindo a pressuposta liberdade académica e a necessária integridade intelectual.
António dos Santos Pereira
Faculdade de Artes e Letras
Lista candidata ao Conselho Geral – Mensagem de candidatos pela FCS
Texto 3, por Ignacio Verde, Sílvia Socorro, Graça Baltazar e José Martinez de OliveiraO desenvolvimento da FCS nos últimos anos foi o resultado de uma política que permitiu a realização da sua missão fundamental de promoção da qualificação de elevado nível e de produção, transmissão e difusão do saber na área das Ciências da Saúde. Durante estes anos assistiu-se a um aumento da oferta formativa de qualidade e certificada, à consolidação do sistema de ensino centrado no aluno e a um aumento das actividades de I&D com impacto e reconhecimento internacional.
A realização de investigação científica de qualidade é actualmente, e de acordo com as exigências das entidades reguladoras da actividade do ensino superior, um elemento chave e indissociável do progresso do Ensino. Dos 1ºs aos 3ºs ciclos de estudo, os cursos da FCS têm vindo a ser reestruturados numa perspectiva de optimização da preparação e da empregabilidade dos nossos alunos, reflectindo também a estratégia de investigação em curso, garantindo uma simbiose entre Ciência e Educação.
Acreditamos que as bases para um Ensino com Eficiência e Qualidade assentam nesta interligação profícua entre Ciência e Educação o que permite uma melhor transmissão do conhecimento, um aumento da capacidade de inovação e a aquisição de hábitos que permitem a formação ao longo da vida. Neste sentido, esta interligação mostra-se, no momento actual, como uma via importantíssima para o progresso da nossa sociedade e dos cidadãos que a constituem. Formar cidadãos competitivos a nível internacional gerará mais e melhores empregos, facilitará o crescimento económico sustentável da sociedade e uma maior coesão social.
Assim, o trabalho realizado nos últimos anos conduziu a uma FCS mais forte, que toma na maior consideração alunos, docentes, investigadores e outros colaboradores, numa perspectiva integrada assente em quatro eixos fundamentais: Ciência e Educação, Internacionalização, Relacionamento com a Sociedade, Eficiência e Qualidade. Eixos estes que se encontram alinhados com os definidos no Plano Estratégico 2020 para o desenvolvimento da UBI, e que têm na FCS um exemplo de sucesso. Há com certeza aspectos ainda a melhorar, mas só com uma estratégia e planeamento definidos podemos enfrentar os desafios futuros.
Por estas razões integramos a lista “Juntos, pela UBI”, para que possamos ter um Conselho Geral que garanta as condições para a execução do Plano 2020, zelando pelo melhor para a FCS em particular, e para a UBI em geral.
Ignacio Verde, Sílvia Socorro, Graça Baltazar, José Martinez de Oliveira
Vice-Presidente da Faculdade de Ciências da Saúde, Coordenador do CICS-UBI
Faculdade de Ciências da Saúde
Faculdade de Ciências da Saúde
Faculdade de Ciências da Saúde
E se a UBI estivesse a ir bem?
Texto 4, por André Barata
E se a UBI estivesse a ir bem, talvez como nunca esteve?
A aposta no ensino tem sido uma aposta levada com tanta seriedade na UBI que produz hoje a percepção nacional, plenamente justificada, de que a nossa universidade encarna um projecto educativo consolidado. Não será demais fazer lembrar que, em manifesto confronto com a tendência nacional, na UBI o número de estudantes colocados e efectivamente matriculados foi, este ano, superior ao do ano passado. Este dado não contrasta apenas com as condições adversas de uma tendência de baixa a nível nacional. Contrasta também com as condições adversas de uma localização no Interior do país, de um Interior cada vez mais interiorizado, cujo acesso vai sendo mais remoto e dispendioso, e também de um Interior cada vez mais desertificado, que não dispõe de uma base populacional capaz de proporcionar, de forma capaz, uma procura universitária autónoma. Porém, hoje, a UBI é uma universidade que capta novos estudantes em todo o país e, de modo consistente, também além-fronteiras, particularmente no espaço lusófono, o que é fruto do prestígio científico e institucional granjeado. Hoje a UBI é também uma instituição que goza, apesar de um quadro nacional preocupante, de boa condição económica e beneficia, entre os mais diversos parceiros, de uma reputação de grande credibilidade. Em suma, por que não darmos por assente o que é bastante evidente: a UBI tem feito as coisas bem!
A UBI não é uma universidade grande, sequer é antiga. Precisamente por essa razão, tem feito bem em não descurar o sentido universitário do seu projecto, seja no que já alcançou, seja, sobretudo, no que ambiciona ainda ser. A escala da nossa universidade não é compatível com a escala de projectos unipessoais – por notáveis ou notórios que alguns de nós sejam, é juntos que temos feito bem, co-responsabilizando-nos através das instâncias da discussão pública séria e consequente, mobilizando-nos em torno de uma ideia de desenvolvimento estratégico. Foi assim que alcançámos um Plano 2020 que mereceu uma louvável e unânime aprovação do Conselho Geral que em breve terminará o seu mandato.
Esta capacitação da UBI não teria sido sustentável no passado mais recente e certamente não será sustentável no futuro se, em detrimento da UBI que se preserva condições de robustez, privilegiássemos a irredutibilidade dos pontos de vista, o posicionamento idiossincrático, a personalização do protagonismo.
Disputar uma eleição para o Conselho Geral deve constituir uma oportunidade para submeter à discussão, à confrontação argumentada e, por fim, ao voto diferentes visões da universidade. É exactamente o que acontece nesta eleição do órgão colegial máximo da UBI. Também nisto temos estado bem. O pluralismo de listas que se candidatam à eleição para o Conselho Geral é um importante sinal da inteligência democrática da nossa instituição. Sinal importante sim, mas de alguma maneira também esperado em vista de outros sinais inequívocos que ganharam sedimento no último capítulo da história da nossa universidade. Por exemplo, nenhum dos regulamentos aprovados na UBI durante os últimos 4 anos se eximiu a uma discussão pública séria e consequente. Nenhum dos documentos finalmente aprovados se esquivou a incorporar aperfeiçoamentos, reflectir chamadas de atenção, acomodar sensibilidades. Foi assim que se obteve a aprovação de regulamentos de enorme susceptibilidade mas cruciais como o da avaliação de desempenho dos docentes. Uma cultura deliberativa, que convida à participação exigente das nossas preocupações comuns mas também convoca as nossas inteligências, conduzindo-nos a resultados colectivos incorporados é prova de maturidade de uma instituição que tem feito muito e muito bem. Chamemos-lhe aprender a divergir, para juntos convergir.
Uma universidade com dimensão humana e intelectual deve fazer da sensibilidade um desafio de unidade e não uma causa de dispersão, enfeudamento e conflitualidade. Isto significa que devemos procurar reconhecermo-nos nas mesmas regras, as que decidimos e revemos juntos, mas conferindo-lhes a sabedoria da sensibilidade à história da instituição, dos seus saberes, das suas Faculdades e Departamentos, e de cada um dos nossos perfis como investigadores, professores e intelectuais. E também significa que devemos persistir na escolha por lideranças de processos, as que têm confiado na força de juntos vermos melhor, e que têm feito da confiança e do envolvimento de todos a força decisória desta Universidade. Não precisamos de uma liderança visionária nem de um magistério, mas de uma liderança, como a tem interpretado o Reitor João Queiroz, que nos instigue a pensar e a fazer juntos. Ser universidade é isso mesmo: é sermos universais porque reunimos os saberes e nos juntamos como comunidade de professores e investigadores.
André Barata
Faculdade de Artes e Letras
A Universidade da Beira Interior e a Internacionalização
Texto 5, por José R. Pires MansoAntes de avançar para o tratamento do tema que me fez pegar na ‘pena’ devo referir que, desta vez e de uma forma explícita, decidi apoiar uma lista patrocinadora de uma candidatura a Reitor da Universidade, e até integrar a respectiva lista ao Conselho Geral, a lista patrocinadora da candidatura do actual Reitor da Universidade da Beira Interior. Tal opção pessoal não significa menosprezo ou desconsideração por qualquer dos outros dois candidatos que se anunciam – candidatos com quem nutro relações de amizade pessoal e que espero continuar a preservar! – mas antes uma opção pessoal, consciente, desinteressada, que resulta da ponderação dos prós e contras para a Universidade, a região e o país, de cada uma das candidaturas e do que é conhecido das suas linhas programáticas.
O meu apoio vai para quem defende valores como liberdade intelectual, integridade académica, diversidade, excelência, responsabilidade social, aprendizagem ao longo da vida e racionalidade (v. Plano de Desenvolvimento Estratégico da UBI). Revejo-me nos quatro eixos fundamentais plasmados no supra-citado plano estratégico, aprovado por unanimidade pelo Conselho Geral cessante, e defendo, concordantemente com isso, uma universidade que ofereça serviços de excelência nas áreas da ciência e educação, com crescente prestígio internacional, lider na sociedade, região e até no país, e que aposte na eficiência e na qualidade.
A propósito dos eixos referidos gostaria de tecer algumas considerações sobre o tema da internacionalização, um tema que me é particularmente caro, a par de outros a que voltarei posteriormente. O eixo estratégico de internacionalização da Universidade, deverá preservar a abertura cada vez maior aos países de língua oficial portuguesa (PALOPS), aos países da União europeia e da Europa em geral, à China (usando Macau como porta de entrada) e restantes países emergentes da Ásia (os grandes beneficiários da globalização), ao mundo árabe-muçulmano, aos países americanos e particularmente aos latino-americanos. Essa abertura deve ter como preocupação, entre outros, o recrutamento de alunos externos para os nossos programas de pós-graduação, particularmente os de doutoramento. Para a captação desses públicos não deve excluir-se, antes deve estimular-se a oferta de alguns destes cursos em língua inglesa, uma prática que algumas das universidades nossas concorrentes como a Nova de Lisboa e a Católica já estão a adoptar há algum tempo com manifesto sucesso e que eu próprio já iniciei numa disciplina do 2º ciclo/mestrado em Economia em que a maioria dos alunos eram alunos Erasmus (14 em 17) que leccionei o ano passado.
A par do recutamento de alunos estrangeiros a internacionalização deve aprofundar-se pela participação crescente em projectos internacionais, com ou sem liderança da UBI, particularmente naqueles que são financiados por fundos comunitários (UE) e ainda pela oferta conjunta com universidades de prestígio internacional, de programas pós-graduados, como o Erasmus Mundus para a oferta de mestrados, os MBA, e programas doutorais com atribuição no final de um diploma conjunto (tipo diloma europeu).
A internacionalização passa também pela entrada em projectos de investigação científica que entre outros promovam a transferência de conhecimentos e tecnologias dos seus principais centros emissores internacionais para o nosso país, a nossa universidade e as empresas portuguesas, da região ou fora dela.
José R. Pires Manso
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
A Universidade e os Desafios de uma Nova Época
Texto 6, por Maria José Aguilar MadeiraAs universidades estão a ser conduzidas para uma nova época. Não se trata só de reduções drásticas nos orçamentos, nos rendimentos das famílias dos estudantes e no número de candidatos ao ensino superior. As questões são mais prementes e bem mais complexas.
Hoje descobrem-se, mesmo entre trabalho e talento, entre esforço e graça, entre inseguranças e certezas, alternativas que se manifestam em novas necessidades, desejos, afectos e pertenças. Está-se perante uma mudança radical do posicionamento da universidade, quando ela própria é fator de mudança. Mas há eixos que devem permanecer firmes para que haja coerência nos tempos de crise que levam à mudança e cada vez mais deve existir uma orientação clara para os evidenciar. No Plano 2020 da Universidade da Beira Interior (UBI) indicam-se três eixos fundamentais: Ensino e Investigação, Internacionalização e Ligação à Sociedade, sustentados pela Governação e Gestão.
Com o decorrer dos anos, a UBI criou uma imagem de marca associada ao Empreendedorismo, fruto de um empenho conjunto de uma equipa alargada de pessoas que trabalham nas áreas do Empreendedorismo e da Inovação. Estes trabalhos revelam-se a nível nacional e internacional com apresentações efetuadas por alunos, por investigadores e por docentes, em eventos e concursos. Nestes últimos destacam-se os prémios alcançados que permitem obter a credibilidade e o reconhecimento do mérito.
Olhando para atividades concretas no âmbito do Empreendedorismo e da Inovação temos sob liderança da UBI e através do dinamismo da Professora Ana Paula Duarte, o projeto internacional INESPO com ações que visam estimular o empreendedorismo, a transferência de tecnologia e de conhecimento, a criação de spin-offs e de start-ups, bem como a criação de novos projetos a implementar em empresas ou organizações existentes. Estas ações acontecem e acontecerão cada vez mais como resultado de uma opção e uma vontade de empreender e concretizar. Como se assiste na criação de spin-offs que estão em desenvolvimento nas instalações da UBI. Com o WinUBI redescobrimos as possibilidades de uma atividade discreta com muito valor. As seis spin-offs da UBI passaram por este concurso. Muitos são os empreendedores latentes que concorrem a este concurso com propostas de valor de ideias de negócio. Há, de facto, muitos jovens com coragem, que mostram vontade de realizar sonhos e de concretizar projetos em empreendimentos reais. São uma geração de valor, em que se tem de apostar.
No dia em que fiz 18 anos ao serviço da UBI, ouvi do Professor Daniel Samoilovich “acima das instituições ou dos países, são as pessoas que são capazes de fazer as mudanças”. Termino com uma frase de António Valério: “Acredito muito que as grandes soluções começam a nascer em gestos humanos, por mais pequenos que pareçam.”
Maria José Aguilar Madeira
Departamento de Gestão e Economia